Invejo o mochileiro
e sua mobilidade nas costas
de 32 quilos.
Eu e minha bolsa de mão
encerramos mais peso
do que se poderia suportar a não ser
assim: não sendo por inteiro;
arrastando-se. Como um caracol
que economiza espaço dentro de si.
(Ensaiado para reter-se quando necessário)
Sustentando a duras penas
a postura espectral de uma pluma.
Fardo de quem almeja, um dia, ocupar a casca
com uma casa modesta, móvel.
Feita para andar nas nuvens
ou em qualquer outro lugar.
Vamos começar 2024 escrevendo?
Há 3 meses
6 comentários:
On the Road...
quero uma dessas! das nuvens...
mochila cheia de sonhos carrega leveza!
Gostei, lindas palavras de um voz que soa tão original ;)
...bolsa de mulher
tem a densidade
de um buraco negro...
Você filosofa, simples assim...
Ao que transcende no texto e nas entelinhas, pesamos mais e carregamos fardos adentro. Mesmo assim, andamos elegantemente com bolsas nas mãos e fardos (invisíveis) nas costas.
adorei o tom.
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