quinta-feira, junho 24

Revés da existência

Para Lígia

o corpo presente,
objeto frio,
insolente,
enrijece a ausência.
a violência de te calar a boca.
e depois do corpo vazio

(que dói chamar de corpo
porque igual a este
também eu tenho um)

depois do corpo vazio, a saudade.
que lembra da morte depois
de já ter começado a passear nas lembranças.
tropeça na morte, pedregulho.
paradoxo sem ironia.

a gente aqui nesta sala
chorando teu corpo
coberto de flores
e não há consolo comum.
em cada lágrima, um segredo.
dor intransponível.
nunca se sabe quanto
e até quando - sempre?
arde tua vida em cada um.


4 comentários:

Luka disse...

Você sempre enche minha cabeça com novidades... Esse tua vida me deu coceira pra escrever rs

ociosoanônimoautorizado disse...

acho que sempre

Juan Moravagine Carneiro disse...

Faço minhas as palavras do luka...

Não importa o "caminho" que vc adentre através das palavras

sempre é intensa e muito boa

abraço

guru martins disse...

...dramático...

bj a tristeza