Eu quase entrei na água, lembra? Mas
o mar estava frio, eu não tinha biquíni
Em pouco tempo o sol se poria
e o vento poderia
Quase entrei no mar, mas depois
não secaria o corpo
antes de entrar no carro
Não queria molhar o banco, grudar areia no pé
sentir o sal na boca. E se viesse um tubarão
ou uma água-viva
Quase tirei a roupa
nadei nua
rolei na areia
sujei o carro
Mas no canto do olho: o calçadão
me esperando completamente seca
e impecável
De repente já era noite
4 comentários:
É Luanne, um poema quase hoje de um quase ontem de um quisera e talvez amanhã, né?
E parece que estamos todos assim, retrovisando a vida 12 horas ao dia e prevendo o futuro nas 12 restantes.
Você escreve verdade e por isto toca-me o timo, a emoção. Eu sinto você quando leio e isto é bom porque você é como luz em gruta funda, saca?
Obrigada pelas palavras e sentires compartilhados. Um ano bom e melhor prá todos nós.
ter encontrado tua trilha foi um dos achados de minhas andanças néticas.
Quase se divide em duas, como quem não quer viver um sonho. Quer sonhar a vida.
Sabe? Eu acho que vc devia ter entrado. Nada mais revigorante do que o contato da pele com a água gelada. O contraste entre o calor do corpo e o mar frio, naquele momento em que se prende a respiração e depois o mergulho. Que se dane o calçadão e qualquer expectativa! rs. Vale a pena.
Mas a dúvida rendeu um belo poema!
E isso é sempre bom!
concordo. devia mesmo.
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