segunda-feira, outubro 6

Autogeografia


Meu país é um lugar imaginário.

Que conheço de cor, de noites insones,
devaneios diurnos.
Reconheço-o em olhos alheios
que tomo emprestados para pintar bandeiras.
Azuis, verdes, castanhas, límpidas.
Como se fossem compatriotas - talvez sejam.


Meu país é um gesto.
Este toque no teu rosto, meu país.
Meu patriotismo. 


É um terreno, uma palavra,

o mundo.
Lugar nenhum, aqui dentro 
transponível.

(e os fantasmas dos meus pais,
deixei atrás. 

como estátuas em praças vazias)

Meu país não tem mapa, 

apenas fronteiras que delibero situar. Ou romper.

Assim desperto, liberto e proclamo.
Absoluto silêncio.


Ser.


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