quinta-feira, julho 8

1.

Você falou da sua amiga que tem câncer para que todo o resto entre a gente ficasse pequeno. Mas já era pequeno. E ainda seria se ela tivesse mononucleose. Aquilo não era amor, jamais se tornaria. Sorte a nossa. Que passávamos disfarçados no meio do tiroteio.


2.

Mas a vinda do estrangeiro foi mesmo uma audácia. Aquele ser poderia não pertencer a lugar nenhum. Tinha mania de falar pouco, fazia questão de escutar. Com uma cara que quem entendia o que se estava falando, balançava a cabeça compassadamente, compulsivamente. Falso complacente. Para rir até fechava os olhos, mas estava certa de que entendia uma graça diferente da minha. Talvez risse de nós que vivíamos distraídos. Aquele estrangeiro. Tinha em si uma porta que nunca deixava entrar. Espiava o mundo de dentro daquela fechadura.

2 comentários:

Luka disse...

Esse vc vai ter que me explicar pra eu entender hauahuahua

ociosoanônimoautorizado disse...

presença em fragmentos