terça-feira, agosto 25



Seu cheiro às vezes me pega um susto na rua. Eu odeio que você seja tão barato. O seu gosto eu encontro em cada esquina, em cada ponto. Em cada nota musical desafinada, uma voz rouca, seu rosto. As coisas meio tortas. E odeio que eu encontre seu gosto em bares, bocas. A cerveja escura, o gosto do cigarro. Odeio seu gosto pra poesia materialista. Que você seja tão fácil. Seu tênis torto, seu pé sem meia. Odeio sua atenção difusa, seu ar de fingir ser etéreo. Que você se ponha nos céus, sua pessoa nublada. Odeio que me persiga em todos os lugares, em cada cara que passa. Esse mar que você tem nos olhos. Sua força de ponto de fuga na minha paisagem.

Nenhum comentário: