segunda-feira, outubro 27

Despiértate


se enquanto você dorme
ameaço sair à noite com o espírito torpe
e abro os braços escancarando o peito cru.
Se ponho minha cara a tapa
em carne viva.
Na nudez da madrugada,
ameaço beber até cair,
beijar o primeiro ou a;
me dar a qualquer por nada.
É por esperar - em óbvio segredo - 
seu abraço na retaguarda.
Que fecha meus braços, 
(abre o mundo)
e pede, 
fica.

segunda-feira, outubro 6

Autogeografia


Meu país é um lugar imaginário.

Que conheço de cor, de noites insones,
devaneios diurnos.
Reconheço-o em olhos alheios
que tomo emprestados para pintar bandeiras.
Azuis, verdes, castanhas, límpidas.
Como se fossem compatriotas - talvez sejam.


Meu país é um gesto.
Este toque no teu rosto, meu país.
Meu patriotismo. 


É um terreno, uma palavra,

o mundo.
Lugar nenhum, aqui dentro 
transponível.

(e os fantasmas dos meus pais,
deixei atrás. 

como estátuas em praças vazias)

Meu país não tem mapa, 

apenas fronteiras que delibero situar. Ou romper.

Assim desperto, liberto e proclamo.
Absoluto silêncio.


Ser.