sexta-feira, agosto 27

você

veio como um ponto ínfimo,
brilhante.
tanta luz, mas de tão longe,
de tantos anos-luz,
poderia estar morto.
poderia ser a sombra
de algo que não é mais.
uma sombra ao contrário
que brilha em falso. pronto.
parece improvável próximo.
ainda assim ando
e me aproximo.
ainda assim ínfimo.
você veio. vem. vem vindo.
feito ponto entremeando brechas,
abrindo caminhos,
desavisado
por uma nova rua.
pela lama, pela alma.
por mim, seminova lua.
você, raio, preciso
descobrir o quanto antes
se teu brilho é vivo.
ou só a luz errante
de uma estrela
que já morreu.

quarta-feira, agosto 18

DESMANCHE

este ácido
árido
escorrendo em minhas costas
cada vez que você some
não sou eu a te buscar
não é minha esta fome
não se pode estar
em mim
nada se esconde
eu que nunca contive
estive
eu que nunca
bebi daquela fonte